terça-feira, 23 de junho de 2009

EU ORGANIZO UM MOVIMENTO

"Caminhando contra o vento sem lenço sem documento
no sol de quase dezembro eu vou..."
S
Trecho da música Alegria alegria, de Caetano Velozo.


Exprimido em uma ditadura cruel da década de 1960 o Brasil viu surgir nesse período um movimento que não aceitava tantas restrições ao modo de viver, surgia ai o TROPICALISMO. Para eles era “proibido proibir” e toda aquela repressão deveria ser claramente manifestada. É bom lembrar que como qualquer ditadura o direito de se expressar deixa de ser um direito. Mas mesmo assim, com toda a coibição do período ditatorial os artistas manifestaram-se, deram a cara a tapa e sofreram também as conseqüências.


Apesar de ter surgido no Rio de Janeiro, foi um movimento fortemente baiano, manifestado principalmente na área musical, mas também influenciou as artes plásticas, o cinema, teatro... Ganhou esse nome depois que Hélio Oiticica criou uma obra multi-sensorial, com o objetivo de mostrar a identidade brasileira, a qual deu o nome de TROPICÁLIA.

O movimento teve herança antropofágica (digerir a cultura exportada pelas potências culturais e regurgitá-la após a mesma ser mesclada com a cultura popular e a identidade nacional), e concretista, buscando tratar as poesia das canções como elemento plástico, criando jogos lingüísticos e brincadeiras com as palavras.


Zombeteira, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e moda. A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.







Totem coleção 2008-Porque não?



Rhodia por Alceu Pena



Postado por: Ana Paula M.


Um comentário:

  1. Infelizmente essa nossa geração não levantou a cabeça (e o corpo, principalmente) pra nenhum movimento tão intenso quanto a Tropicalia, e motivos temos de sobra pra muito protesto. É totalmente relevante que a moda, então, busque inspiração naqueles que já foram ídolos dos nossos pais, e que hoje nos trazem essa deliciosa (e não menos colorida) nostalgia!
    Gostei muito dos dois primeiros modelos na runway, que parecem estarem sendo usados pela Viviane Orth.
    Lindo blog.
    ;*

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